domingo, 12 de outubro de 2008

Padrões de Beleza

Os alunos das 7ª séries estiveram envolvidos com a temática Padrões de Beleza.
As várias atividades - leitura, interpretação de música, debates, assistência a vídeos e elaboração de esquetes - permitiram aos alunos a conclusão de que a mídia exerce forte influência na formação do conceito de " padrão de beleza" atual - mulheres magérimas, rapazes musculosos, pele branca, olhos claros, etc., que a todo custo são buscados por homens e mulheres através da malhação desenfreada, de cirurgias plásticas, de produtos de beleza, de dietas milagrosas, etc...
Veja como alguns jornalistas e colunistas se posicionam a respeito...

A beleza exigida pela mídia
Por Ligia Martins de Almeida em 19/12/2005
Observatório da Imprensa
http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=360FDS001

Está na hora de as mulheres fazerem uma nova revolução. Ou pelo menos um protesto de massa contra os padrões de beleza impostos pela mídia. E o protesto pode começar pelo boicote às revistas femininas que, em teoria, deveriam falar de seus anseios e necessidades – que vão muito além de um corpo perfeito.
Se contarmos as páginas dedicadas à beleza no ano de 2005, descobriremos que as mulheres estão condenadas ao rejuvenescimento eterno, desde que, é claro, possam pagar o preço. Não passa uma edição sem que tenhamos uma matéria de destaque sobre um novo creme anticelulite, ou anti-rugas ou antienvelhecimento – fantasmas que começam a assombrar as mulheres a partir da puberdade.
E como as mulheres aceitam, submissas, as novas imposições, a indústria cosmética vê sua criatividade ameaçada e vai mudando os padrões. A grande novidade do ano foi o lançamento de um creme firmador, cuja campanha usou como modelos mulheres fora do padrão top model: gordinhas, coxas grossas, curvas etc. Um marketing global de tanto sucesso que até foi tema de reportagem no Oprah Winfrey Show.
A apresentadora, "comovida" – ou bem paga pela indústria – agradeceu às mulheres por terem vindo a público nas suas lingeries de algodão (mais parecendo roupa de ir à academia) se expor sem medo. E mostrar que as mulheres podem ser felizes, apesar dos quilinhos a mais. A mensagem deve ter funcionado também no Brasil, onde o mesmo anúncio foi veiculado, apenas trocando as americanas por mulheres brasileiras.
Febre na TV
Anúncios que mostram mulheres que não têm medo de revelar suas curvas e sua idade foram as novidades de 2005. Algumas empresas de cosméticos resolveram ganhar o mercado das não tão magras e não tão jovens mostrando que também existe beleza na aceitação da própria natureza. Ponto para a indústria. Triste é verificar a inversão de valores: o comportamento que deveria ser estimulado pelas revistas e programas de TV destinados ao público feminino acaba sendo incentivado pela necessidade de lucro da indústria da beleza.
Mais triste ainda é pensar que, assim que for preciso vender outro tipo de produto, que exija peles jovens e corpos magríssimos, as pobres leitoras-espectadoras voltarão a ser bombardeadas exclusivamente com a mensagem tradicional: faça o que for preciso, gaste o que tem e o que não tem, mas trate de se manter jovem e linda. E, de preferência, acredite em milagres como cremes de efeito instantâneo, dietas mágicas, injeções que garantem beleza por seis meses e cirurgias de efeito mais duradouro.
Mas o problema maior talvez seja a voracidade. Em função do ibope e das vendas, revistas e programas de televisão enganam espectadoras e leitoras prometendo a felicidade, com a condição de que as mulheres aceitem se transformar totalmente. Hoje, a grande febre da TV paga são os programas sobre cirurgia com fins embelezadores. Não dá para chamar apenas de cirurgia plástica, que é apenas um dos itens mostrados nesses novos reality shows. Diminuir o nariz ou aumentar os seios virou coisa de criança.
A pergunta que falta
A personagem ideal é a mulher que tem problemas dos pés aos cabelos, para que a "equipe" médica possa trocar os dentes da vítima, fazer cirurgia nas panturrilhas, aumentar ou diminuir seios e barriga, deslocar maxilares (para mudar o perfil) etc., etc. A pobre vítima, com o rosto esfoilado por peelings e outros lixamentos, é obrigada a fazer musculação, comer o mínimo possível e ainda dizer, diante das câmeras, que o sacrifício vale a pena.
Algumas também recebem acompanhamento psicólogico – ou seria lavagem cerebral? – para enfrentar o tratamento e resolver seus problemas domésticos. No grand finale é mostrada ao público. E a sensação que o espectador tem é que ficam todas exatamente iguais: os mesmos dentes, o mesmo queixo, o mesmo nariz e o mesmo corpo da vítima da semana anterior. Uma super model que sai da mansão em Hollywood direto para sua vidinha de professora primária, dona-de-casa mãe de três filhos ou atendente de lanchonete no interior dos Estados Unidos.
O que ninguém pergunta é se elas vão conseguir viver de acordo com a estampa que receberam. Nem a produção do programa e nem a mídia, que deveria ficar atenta a esse tipo de exploração da mulher.














A beleza através dos tempos
Laura Cánepa
Portal Terra

"O que torna uma pessoa feia ou bela é, na verdade, um mistério. Mas cada lugar e cada época estabelecem critérios para definir a aparência desejável às pessoas, ainda que muitas delas superem esses critérios por causa de sua personalidade, de sua segurança, de sua capacidade de adaptação ou de seu poder.
Um erro comum quando se fala sobre padrões de beleza é imaginar que eles se aplicam mais às mulheres: "Isso é bobagem. Basta observar as esculturas gregas para saber o quanto a beleza masculina era valorizada naquela sociedade, e a força com que aqueles padrões chegaram até nós", afirma o historiador Luiz Eduardo Simões de Souza. "A beleza andrógina que se vê hoje também não é novidade. Se observarmos as figuras do Egito Antigo, por exemplo, veremos que os tipos ideais de ambos os sexos eram bem parecidos: morenos e longilíneos."
A beleza também não foi sempre fundamental para a aceitação das pessoas pela sociedade: "Na Idade Média, por exemplo, o padrão de beleza feminina praticamente não existia: bastava ser mulher e respirar, que estava tudo bem", brinca o historiador. Foi com o Renascimento que houve o resgate do ideal greco-romano de beleza, e o corpo voltou a ter um papel importante nos valores da sociedade ocidental. Foi nessa época que as mulheres gordinhas (na verdade, as mulheres nobres que conseguiam se alimentar direito) se tornaram referenciais de beleza. "Mas não era como agora. Essas referências serviam muito pouco para as pessoas comuns", assinala do historiador.
Da mesma forma, as burguesas coradas e bem vestidas se tornaram o referencial de beleza no século 19. Num grupo menor, também, os românticos pálidos que podiam passar o dia sem fazer nada viraram símbolos de beleza. "Nos dois casos, observa-se que o que determina a beleza é a posição social. Aquilo que um rico pode ter passa a ser o ideal a alcançar."
Mas o que dizer do século 20? Foram tantas as mudanças que a gente chega a se perder: as beldades da década de 20 se parecem mais com as de hoje, por exemplo, do que com a rechonchuda Marilyn Monroe da década de 50. "Mas o padrão que se estabeleceu nos últimos dez ou quinze anos, principalmente, é o que se pode chamar de 'padrão aborígene': o bonito é introduzir coisas no corpo, como o silicone e os anabolizantes, ou mesmo tatuagens e piercings." O único problema é que, assim como acontece com os aborígenes, corremos o risco de ficar cada vez mais parecidos uns com os outros. "Isso faz sentido", conclui o historiador, "pois é totalmente coerente com a sociedade de consumo capitalista em que vivemos.
Música: Salão de Beleza (Zeca Baleiro)
"Se ela se penteia eu não sei
Se ela usa maquilagem eu não sei
Se aquela mulher é vaidosa eu não sei
Eu não sei eu não sei
Vem você me dizer que vai a um salão de beleza
Fazer permanente massagem rinsagem
Reflexo e otras cositas más
Baby você naum precisa de um salão de beleza
Há menos beleza num salão de beleza
A sua beleza é bem maior do que qualquer beleza de qualquer salão
Mundo velho e decadente mundo
Ainda não aprendeu a admirar a beleza
A verdadeira beleza
A beleza que põe mesa
E que deita na cama
A beleza de quem come
A beleza de quem ama
A beleza do erro puro do engano da imperfeição
Belle belle como Linda Envangelista
Linda Linda como Isabelle Adjani
Quem foi que te fez tão formosa
É mais linda que a rosa
E debrusada"
Veja vídeo com a música
Vídeos assistidos pelos alunos
1- Propaganda americana sobre Anorexia - consequências da busca dcesenfreada pelos padrões de beleza
2- Reportagem vinculada ao programa Observatório da Imprensa (TVE Brasil)
3- Medicamentos para emagrecer - Rede Gazeta
Vídeo com atividade de esquete dos alunos da 7ª B

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